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ESG:
O que é e como colocar em prática
Entenda o que é ESG e como implantar as melhores práticas para aumentar o seu potencial competitivo e se destacar no mercado
- Introdução
- O ESG é muito mais que uma sigla: ele promove a mudança
- Entenda onde tudo começou
- Quem ganha com ESG?
- Crie sua agenda ESG
- Defina Prioridades
- Estabeleça e acompanhe os indicadores de ESG
- Alinhe a cultura organizacional com o ESG
- Compartilhe boas práticas de ESG
- Acompanhe empresas que adotaram as práticas de ESG
- Amplie seus conhecimentos e estude ESG
- Acompanhe um resumo
- Sobre Equidade Salarial
Introdução
Práticas ESG, empresas ESG, estratégia ESG, agenda ESG: essas são algumas das maneiras pelas quais o mercado vem se referindo às ações intencionais conduzidas por empresas públicas e privadas, que resultam em benefício para o ambiente (E, de Environment), promoção do desenvolvimento social (S, de Social) e governança (G, de Governance).
Essas práticas atraem investidores, clientes, melhores fornecedores e colaboradores talentosos em busca de empresas com propósito. Até bem pouco tempo, esses aspectos eram acompanhados de maneira dispersa pelas empresas. Cada departamento identificava e monitorava indicadores específicos. Hoje, eles são delimitados e acompanhados, de acordo com as práticas ESG adotadas pela sua empresa.
O ESG é usado para demonstrar o quanto um negócio está comprometido em minimizar os impactos ambientais, construir um mundo melhor, mais justo e responsável para as pessoas e as futuras gerações. Além disso, o ESG também pode ser usado para investimentos com critérios de sustentabilidade. Em vez de analisar apenas índices financeiros, por exemplo, investidores também observam fatores ambientais, sociais e de governança de uma companhia.
Vamos explicar a você o que significa ESG, essa tendência global cada vez mais difundida entre empresas brasileiras. Vamos também apresentar o passo a passo para que você possa avaliar sua realidade e construir suas práticas, alinhadas com as diretrizes do mercado. ESG vai muito além da sigla e de ser socialmente responsável. Aderir a uma agenda ESG é comprometer-se com as gerações futuras, com uma sociedade mais inclusiva, diversa e transparente.
O ESG é muito mais que uma sigla: ele promove a mudança
É importante entender que o ESG se trata de um conceito ainda em fase de consolidação. Vai muito além da adoção de práticas isoladas relacionadas a cada uma das palavras que formam a sigla.
Trata-se de uma avaliação dos impactos (positivos e negativos) das ações e processos adotados pelas empresas em relação a cada um dos aspectos.
É preciso ir muito além da legislação, de aspectos normativos e do discurso. No estudo “From the Stockholder to the Stakeholder”, elaborado pela Universidade de Oxford e consultoria Arabesque Partner, são apresentados alguns possíveis indicadores que uma empresa que pretende adotar práticas ESG pode definir e acompanhar.
Leia também
Artigo “From the Stockholder to the Stakeholder”
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Artigo “From the Stockholder to the Stakeholder”
Ambiental
Biodiversidade e uso da terra
Emissões de carbono
Riscos das mudanças climáticas
Uso da energia
Fontes renováveis de materiais
Riscos regulatórios e legais
Gerenciamento da cadeia de fornecimento
Descarte e reciclagem
Gerenciamento de água
Condições do tempo
Social
Relações com a comunidade
Negócios polêmicos
Relacionamento com o consumidor / produto
Questões de diversidade
Relacionamento com empregados
Saúde e segurança
Gerenciamento do capital humano
Direitos Humanos
Marketing responsivo e P&D
Relações com sindicatos
Governança
Responsabilidade
Medidas anticorrupção
Estrutura e tamanho do board de direção
Propina e corrupção
Dualidade do CEO
Esquemas de remuneração para executivos
Direitos dos acionistas
Transparência
Procedimentos de votação
Estrutura societária
Fonte: “From the Stockholder to the Stakeholder”, elaborado pela Universidade de Oxford e consultoria Arabesque Partner
Leia também
Artigo “A Evolução do ESG no Brasil”
Curiosidade
No relatório “A Evolução do ESG no Brasil”, elaborado pela Rede Brasil do Pacto Global e pela consultoria Stilingue, a ESG é definida como a visão do mercado de capitais sobre a sustentabilidade.
Nesse mesmo estudo, a sigla ESG aparece combinada a outras expressões do universo corporativo, o que reforça a ideia de que é um conceito em evolução.
Destas, as oito mais usadas foram:
Questões ESG16%
Agenda ESG14%
Critérios ESG13%
Movimento ESG10%
Iniciativa ESG9%
Políticas ESG9%
Fatores ESG8%
Tendência ESG7%
Leia também
Artigo “A Evolução do ESG no Brasil”
Entenda onde tudo começou
A sigla ESG passou a ser difundida junto ao mercado investidor, como forma de motivar o chamado investimento responsável. Apareceu pela primeira vez, dentro desse contexto, em 2005, no relatório Who Cares Wins (Quem se importa, ganha), patrocinado pela Organização das Nações Unidas e elaborado por representantes de grandes empresas do setor financeiro.
Na perspectiva da época, investimento responsável era aquele que levava em consideração outros aspectos além dos lucros. Quem vai escolher onde investir, trabalhar ou comprar, leva em conta não apenas a lucratividade, os resultados, os ativos, mas também a maneira como a empresa gerencia os impactos ambientais, sociais e de governança.
O relatório Who Cares Wins apresenta os aspectos ESG de forma prática, aplicada aos negócios:
Leia também
Artigo “A Evolução do ESG no Brasil”
Ambientais
Sociais
Governança Corporativa
Ambientais
- Mudanças climáticas e riscos associados
- Necessidade de reduzir emissões tóxicas e lixo
- Nova regulamentação, que amplia os limites da responsabilidade ambiental no que diz respeito a produtos e serviços
- Aumento da pressão da sociedade civil para melhorar o desempenho, transparência e responsabilidade, levando a riscos de reputação se não gerenciado corretamente
- Mercados emergentes para serviços ambientais e produtos amigos do ambiente
Sociais
- Ambiente de trabalho saudável e seguro
- Relações com a comunidade
- Respeito aos direitos humanos na empresa e na cadeia produtiva, considerando fornecedores e instalações de terceiros.
- Relações governamentais e comunitárias no contexto das operações nos países em desenvolvimento
- Aumento da pressão da sociedade civil para melhorar o desempenho, transparência e responsabilidade, levando a riscos de reputação se não gerenciado corretamente
Governança Corporativa
- Estrutura e responsabilidade do conselho de administração
- Práticas contábeis e de divulgação
- Estrutura do comitê de auditoria e independência dos auditores
- Remuneração executiva
- Gestão de questões de corrupção e suborno
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Artigo “A Evolução do ESG no Brasil”
Quem ganha com ESG?
Adotar práticas ESG traz benefícios diretos e indiretos para as organizações.
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Pesquisa “ESG e as Empresas de Capital Aberto”
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Pesquisa “ESG e as Empresas de Capital Aberto”
Uma pesquisa publicada em 2021, conduzida pela Grant Thornton Brasil, XP Inc. e a Fundação Dom Cabral constatou que a valorização da marca corporativa foi o principal benefício citado pelas lideranças de empresas que adotam práticas ESG.
Foram entrevistadas 167 representantes de empresas brasileiras. Os benefícios, pela ordem das respostas, foram:
- Valorizar a marca
- Melhorar a reputação (ex. mídia espontânea)
- Reduzir riscos
- Atrair talentos (ex. employer branding)
- Conquistar novos mercados
- Reduzir custos (ex. eficiência energética)
- Facilitar acesso ao mercado de capitais
- Fidelizar clientes
- Reduzir custos de capital
- Reduzir dependência de recursos
- Justificar preços mais elevados para produtos e serviços
Fonte: Pesquisa ESG e as Empresas de Capital Aberto
Práticas ESG alinhadas à natureza do negócio, tem impacto positivo também na relação da empresa com seus públicos estratégicos.
Investidores
Cada vez mais, investidores escolhem empresas comprometidas com a preservação do ambiente, o respeito aos direitos humanos e a ética empresarial.
Colaboradores
Colaboradores de alto potencial escolhem onde querem trabalhar e dão preferência a empresas socialmente comprometidas, ambientalmente corretas e éticas.
Clientes
Clientes B2B e B2C tendem a boicotar empresas que desrespeitam o ambiente ou se veem envolvidas em denúncias de desrespeitos aos direitos humanos.
Mídia de qualidade
Imprensa e usuários de redes sociais, cujas opiniões podem gerar um “cancelamento” muitas vezes difícil de reverter em situações de desrespeito às práticas ESG.
Crie sua agenda ESG
Os critérios ESG derivam das discussões sobre Desenvolvimento Sustentável, que apareceram pela primeira vez em 1992, no relatório Nosso Futuro Comum, elaborado pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, ligada à Organização das Nações Unidas, que é definido como:
“Aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a habilidade das gerações futuras de atender às suas próprias necessidades.”
Existem inúmeros guias que orientam as empresas a refletir sobre seu papel enquanto colaboradoras para o desenvolvimento sustentável do planeta. A maior parte deles sugere que, antes de começar, as organizações façam uma avaliação interna dos critérios ou indicadores alinhados ao seu negócio.
Um roteiro que pode ajudar nessa investigação são os desafios estabelecidos pela ONU nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):
01
Erradicação da pobreza
Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.
02
Fome zero e agricultura sustentável
Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
03
Saúde e bem-estar
Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
04
Educação de qualidade
Assegurar a educação inclusiva, e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
05
Igualdade de gênero
Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
06
Água limpa e saneamento
Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos.
07
Energia limpa e acessível
Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável para todos.
08
Trabalho decente e crescimento econômico
Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos.
09
Inovação infraestrutura
Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação.
10
Redução das desigualdades
Reduzir as desigualdades dentro dos países e entre eles.
11
Cidades e comunidades sustentáveis
Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
12
Consumo e produção responsáveis
Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.
13
Ação contra a mudança global do clima
Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.
14
Vida na água
Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares, e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
15
Vida terrestre
Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da Terra e deter a perda da biodiversidade.
16
Paz, justiça e instituições eficazes
Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
17
Parcerias e meios de implementação
Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
1. Defina Prioridades
Após a adoção das diretrizes, é hora de avaliar os impactos que sua empresa gera. Seguir o roteiro das ODS ou do relatório Who Cares Wins ajuda a guiar essa primeira avaliação, que pode ser feita pela própria equipe da empresa ou por consultorias especializadas.
Nessa etapa, é analisada a maneira de reduzir os impactos negativos e potencializar os positivos. Para isso, uma das ferramentas que pode auxiliar é o ERP. Por meio de dados, é possível avaliar, por exemplo, práticas de recursos humanos (equidade de posições de liderança entre homens e mulheres, contratação de minorias étnico-raciais), da cadeia de produção (desperdícios, descarte inadequado, fornecedores não conformes) e da governança (informações sobre tributos, transparência, relatórios obrigatórios para o governo).
Cada empresa pode fazer sua análise a partir dos indicadores mais alinhados às suas práticas, cultura organizacional, propósito e natureza do negócio. É possível selecionar, entre as ODS, duas ou três que serão prioritárias e que vão merecer esforços e investimentos maiores.
O número 5, por exemplo, trata de igualdade de gênero e empoderamento feminino. Isso pode ser endereçado com a contratação de mais mulheres, abertura de mais oportunidade para lideranças femininas, ciclos de palestras exclusivas para mulheres, ações comunicacionais que valorizem a equidade.
Curiosidade
Por ser uma tendência e influenciar investimentos, existem empresas que optam por fazer uma espécie de “maquiagem” em relação às práticas ESG. Atitude nada recomendável. Isso é conhecido como “Greenwashing”, ou “banho verde”. Um exemplo é o da empresa que valoriza o meio ambiente em suas propagandas, mas despeja esgoto sem tratamento nos rios da cidade onde atua.
Nessa etapa, é analisada a maneira de reduzir os impactos negativos e potencializar os positivos. Para isso, uma das ferramentas que pode auxiliar é o ERP. Por meio de dados, é possível avaliar, por exemplo, práticas de recursos humanos (equidade de posições de liderança entre homens e mulheres, contratação de minorias étnico-raciais), da cadeia de produção (desperdícios, descarte inadequado, fornecedores não conformes) e da governança (informações sobre tributos, transparência, relatórios obrigatórios para o governo).
Cada empresa pode fazer sua análise a partir dos indicadores mais alinhados às suas práticas, cultura organizacional, propósito e natureza do negócio. É possível selecionar, entre as ODS, duas ou três que serão prioritárias e que vão merecer esforços e investimentos maiores.
O número 5, por exemplo, trata de igualdade de gênero e empoderamento feminino. Isso pode ser endereçado com a contratação de mais mulheres, abertura de mais oportunidade para lideranças femininas, ciclos de palestras exclusivas para mulheres, ações comunicacionais que valorizem a equidade.
Antes de iniciar um planejamento, é preciso que a adoção de práticas ESG esteja alinhada à cultura da empresa e conte com o apoio da alta liderança. As pessoas, sejam clientes, fornecedores ou colaboradores, enxergam modelos de comportamento na gestão.
Muitas vezes, um trabalhador só vai reduzir o consumo de papel e plástico dentro da empresa e em casa, se esse comportamento for observado nos líderes diretos. Um cliente só vai retornar uma embalagem se perceber que a empresa da qual comprou faz o mesmo. Ações assim estão alinhadas ao objetivo 12, que trata de consumo e produção responsáveis.
Outro aspecto importante quando se trata de ESG é a coerência entre o que se faz e o que se diz. Não basta, por exemplo, encher a rede social de postagens que valorizam a diversidade, se a organização contrata exclusivamente pessoas brancas, cisgênero, casadas e com filhos. É preciso promover políticas de Recursos Humanos que priorizem a contratação de mulheres, pessoas trans, pessoas pretas, pessoas com deficiência, pessoas de diferentes idades etc.
2. Estabeleça e acompanhe os indicadores de ESG
Quando se trata de ESG, o estabelecimento de metas que possam ser quantificadas é uma das etapas fundamentais. Não basta decidir, de maneira subjetiva, que vai reduzir o impacto no meio ambiente.
É preciso definir que, em um ano, a empresa deixará de descartar dez toneladas de resíduos na natureza. Ou que com a implementação de energia solar, vai economizar 60% de energia elétrica.
As metas são estabelecidas quando a empresa escolhe os aspectos ESG sobre os quais quer trabalhar e que tenham alinhamento com a natureza do seu negócio e seu propósito corporativo. Cada vez mais, as organizações têm divulgado essas metas e se aproveitado positivamente da boa imagem que seu cumprimento gera. Um dos exemplos é o programa de trainee do Magazine Luiza para pessoas pretas, que foi destaque na imprensa nacional por algumas semanas.
O acompanhamento desses indicadores tem um aliado no ERP, que pode ser adaptado para registrar informações relacionadas a cada uma dessas metas e gerar relatórios sobre seu acompanhamento/cumprimento.
Com o uso da inteligência artificial, pode consolidar informações para levar à tomada de decisão, gerar relatórios em tempo real e orientar a tomada de decisão em situações em que isso for necessário.
Programas de acompanhamento da rede de fornecedores, de inclusão na força de trabalho e de correto descarte de materiais, todos eles geram indicadores e processos que são acompanhados pelo ERP.
3. Alinhe a cultura organizacional com o ESG
O estabelecimento e a operação de acordo com práticas ESG envolvem o alinhamento com a cultura organizacional da empresa e de sua liderança.
Ao priorizar, é importante avaliar os valores que a organização possui, seu propósito e o engajamento das pessoas em trabalhar de acordo com as diretrizes estabelecidas.
Reduzir o volume de papel, por exemplo, pode ser fácil para algumas pessoas e extremamente difícil para outras. É preciso que as duas compartilhem da mesma visão sobre a importância dessa ação para o meio ambiente. Outro exemplo, é quanto às práticas anticorrupção. Todos devem ter consciência sobre cumprir leis, denunciar desvios, corrigir erros graves.
Um dos caminhos para a implementação de práticas ESG é o diálogo sobre a importância da mudança de conduta. Normalmente, as empresas elegem uma área para conduzir o processo, mas a adesão depende da organização como um todo. Por isso, existe um grande investimento em processos de gestão de mudança, engajamento e inovação.
Muitas vezes, ser uma empresa responsável vai envolver alterar processos inteiros, investir em áreas prioritárias, começar a fazer algo ou parar de fazer algo que era bastante costumeiro.
A Comunicação Interna tem um papel essencial quando as empresas adotam uma agenda ESG, desde o processo de gestão de mudança até a divulgação massiva das práticas e seu acompanhamento interno. Ações comunicacionais ajudam a fortalecer as práticas, promovem engajamento e mostram os resultados.
4. Compartilhe boas práticas de ESG
Uma vez que a empresa adota práticas ESG, passa a ter a responsabilidade de divulgar informações internamente para conquistar engajamento.
Também é importante acompanhar as ações e medir resultados, para depois comunicar o balanço do que está sendo feito. Existem no mercado diferentes modelos de prestação de contas. O mais conhecido deles é o Global Report Iniciative (GRI), estruturado de acordo com os critérios das ODS. Para cada meta estabelecida, é preciso demonstrar o que a empresa fez de modo concreto.
Normalmente, os relatórios são feitos anualmente, mas é recomendável que as empresas divulguem a evolução de suas práticas na medida em que elas começam a dar resultados. Para isso, são adotadas estratégias de comunicação integrada. O conteúdo que vai para uma rede social, por exemplo, pode ir também para a imprensa. Tudo isso, depois de ampla divulgação interna.
Existem também as premiações, as rodadas de investimento, os workshops e seminários sobre o tema, onde sempre acontece o compartilhamento de boas práticas. Periodicamente, são abertos editais exclusivos para investimento em empresas que adotam ESG e já existem premiações específicas, que contribuem para fortalecer a reputação corporativa.
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1. Defina Prioridades
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2. Estabeleça e acompanhe os indicadores de ESG
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3. Alinhe a cultura organizacional com o ESG
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4. Compartilhe boas práticas de ESG
1. Defina Prioridades
Após a adoção das diretrizes, é hora de avaliar os impactos que sua empresa gera. Seguir o roteiro das ODS ou do relatório Who Cares Wins ajuda a guiar essa primeira avaliação, que pode ser feita pela própria equipe da empresa ou por consultorias especializadas.
Nessa etapa, é analisada a maneira de reduzir os impactos negativos e potencializar os positivos. Para isso, uma das ferramentas que pode auxiliar é o ERP. Por meio de dados, é possível avaliar, por exemplo, práticas de recursos humanos (equidade de posições de liderança entre homens e mulheres, contratação de minorias étnico-raciais), da cadeia de produção (desperdícios, descarte inadequado, fornecedores não conformes) e da governança (informações sobre tributos, transparência, relatórios obrigatórios para o governo).
Cada empresa pode fazer sua análise a partir dos indicadores mais alinhados às suas práticas, cultura organizacional, propósito e natureza do negócio. É possível selecionar, entre as ODS, duas ou três que serão prioritárias e que vão merecer esforços e investimentos maiores.
O número 5, por exemplo, trata de igualdade de gênero e empoderamento feminino. Isso pode ser endereçado com a contratação de mais mulheres, abertura de mais oportunidade para lideranças femininas, ciclos de palestras exclusivas para mulheres, ações comunicacionais que valorizem a equidade.
Curiosidade
Por ser uma tendência e influenciar investimentos, existem empresas que optam por fazer uma espécie de “maquiagem” em relação às práticas ESG. Atitude nada recomendável. Isso é conhecido como “Greenwashing”, ou “banho verde”. Um exemplo é o da empresa que valoriza o meio ambiente em suas propagandas, mas despeja esgoto sem tratamento nos rios da cidade onde atua.
Nessa etapa, é analisada a maneira de reduzir os impactos negativos e potencializar os positivos. Para isso, uma das ferramentas que pode auxiliar é o ERP. Por meio de dados, é possível avaliar, por exemplo, práticas de recursos humanos (equidade de posições de liderança entre homens e mulheres, contratação de minorias étnico-raciais), da cadeia de produção (desperdícios, descarte inadequado, fornecedores não conformes) e da governança (informações sobre tributos, transparência, relatórios obrigatórios para o governo).
Cada empresa pode fazer sua análise a partir dos indicadores mais alinhados às suas práticas, cultura organizacional, propósito e natureza do negócio. É possível selecionar, entre as ODS, duas ou três que serão prioritárias e que vão merecer esforços e investimentos maiores.
O número 5, por exemplo, trata de igualdade de gênero e empoderamento feminino. Isso pode ser endereçado com a contratação de mais mulheres, abertura de mais oportunidade para lideranças femininas, ciclos de palestras exclusivas para mulheres, ações comunicacionais que valorizem a equidade.
Antes de iniciar um planejamento, é preciso que a adoção de práticas ESG esteja alinhada à cultura da empresa e conte com o apoio da alta liderança. As pessoas, sejam clientes, fornecedores ou colaboradores, enxergam modelos de comportamento na gestão.
Muitas vezes, um trabalhador só vai reduzir o consumo de papel e plástico dentro da empresa e em casa, se esse comportamento for observado nos líderes diretos. Um cliente só vai retornar uma embalagem se perceber que a empresa da qual comprou faz o mesmo. Ações assim estão alinhadas ao objetivo 12, que trata de consumo e produção responsáveis.
Outro aspecto importante quando se trata de ESG é a coerência entre o que se faz e o que se diz. Não basta, por exemplo, encher a rede social de postagens que valorizam a diversidade, se a organização contrata exclusivamente pessoas brancas, cisgênero, casadas e com filhos. É preciso promover políticas de Recursos Humanos que priorizem a contratação de mulheres, pessoas trans, pessoas pretas, pessoas com deficiência, pessoas de diferentes idades etc.
2. Estabeleça e acompanhe os indicadores de ESG
Quando se trata de ESG, o estabelecimento de metas que possam ser quantificadas é uma das etapas fundamentais. Não basta decidir, de maneira subjetiva, que vai reduzir o impacto no meio ambiente.
É preciso definir que, em um ano, a empresa deixará de descartar dez toneladas de resíduos na natureza. Ou que com a implementação de energia solar, vai economizar 60% de energia elétrica.
As metas são estabelecidas quando a empresa escolhe os aspectos ESG sobre os quais quer trabalhar e que tenham alinhamento com a natureza do seu negócio e seu propósito corporativo. Cada vez mais, as organizações têm divulgado essas metas e se aproveitado positivamente da boa imagem que seu cumprimento gera. Um dos exemplos é o programa de trainee do Magazine Luiza para pessoas pretas, que foi destaque na imprensa nacional por algumas semanas.
O acompanhamento desses indicadores tem um aliado no ERP, que pode ser adaptado para registrar informações relacionadas a cada uma dessas metas e gerar relatórios sobre seu acompanhamento/cumprimento.
Com o uso da inteligência artificial, pode consolidar informações para levar à tomada de decisão, gerar relatórios em tempo real e orientar a tomada de decisão em situações em que isso for necessário.
Programas de acompanhamento da rede de fornecedores, de inclusão na força de trabalho e de correto descarte de materiais, todos eles geram indicadores e processos que são acompanhados pelo ERP.
3. Alinhe a cultura organizacional com o ESG
O estabelecimento e a operação de acordo com práticas ESG envolvem o alinhamento com a cultura organizacional da empresa e de sua liderança.
Ao priorizar, é importante avaliar os valores que a organização possui, seu propósito e o engajamento das pessoas em trabalhar de acordo com as diretrizes estabelecidas.
Reduzir o volume de papel, por exemplo, pode ser fácil para algumas pessoas e extremamente difícil para outras. É preciso que as duas compartilhem da mesma visão sobre a importância dessa ação para o meio ambiente. Outro exemplo, é quanto às práticas anticorrupção. Todos devem ter consciência sobre cumprir leis, denunciar desvios, corrigir erros graves.
Um dos caminhos para a implementação de práticas ESG é o diálogo sobre a importância da mudança de conduta. Normalmente, as empresas elegem uma área para conduzir o processo, mas a adesão depende da organização como um todo. Por isso, existe um grande investimento em processos de gestão de mudança, engajamento e inovação.
Muitas vezes, ser uma empresa responsável vai envolver alterar processos inteiros, investir em áreas prioritárias, começar a fazer algo ou parar de fazer algo que era bastante costumeiro.
A Comunicação Interna tem um papel essencial quando as empresas adotam uma agenda ESG, desde o processo de gestão de mudança até a divulgação massiva das práticas e seu acompanhamento interno. Ações comunicacionais ajudam a fortalecer as práticas, promovem engajamento e mostram os resultados.
4. Compartilhe boas práticas de ESG
Uma vez que a empresa adota práticas ESG, passa a ter a responsabilidade de divulgar informações internamente para conquistar engajamento.
Também é importante acompanhar as ações e medir resultados, para depois comunicar o balanço do que está sendo feito. Existem no mercado diferentes modelos de prestação de contas. O mais conhecido deles é o Global Report Iniciative (GRI), estruturado de acordo com os critérios das ODS. Para cada meta estabelecida, é preciso demonstrar o que a empresa fez de modo concreto.
Normalmente, os relatórios são feitos anualmente, mas é recomendável que as empresas divulguem a evolução de suas práticas na medida em que elas começam a dar resultados. Para isso, são adotadas estratégias de comunicação integrada. O conteúdo que vai para uma rede social, por exemplo, pode ir também para a imprensa. Tudo isso, depois de ampla divulgação interna.
Existem também as premiações, as rodadas de investimento, os workshops e seminários sobre o tema, onde sempre acontece o compartilhamento de boas práticas. Periodicamente, são abertos editais exclusivos para investimento em empresas que adotam ESG e já existem premiações específicas, que contribuem para fortalecer a reputação corporativa.
Acompanhe empresas que adotaram as práticas de ESG
Sankhya
Investe na formação de jovens profissionais para que encontrem um projeto de vida adequado aos seus sonhos e potencial. Participa também de iniciativas voltadas para a formação de novos profissionais na área de tecnologia.
- Fundadora e mantenedora do Instituto Projeto de Vida, criado há 3 anos, em parceria com Magalu. São 3 áreas de atuação: Carreira, Transforma e Escola do Futuro;
- Patrocina o UBERHUB Code Club, uma instituição sem fins lucrativos, formada por universidades e empresários parceiros de Uberlândia, para desenvolver uma cultura de troca de experiências, inovação e desenvolvimento econômico sustentável de Uberlândia e região.
Natura
A empresa publicou recentemente o documento “Visão de Sustentabilidade 2030 — Compromisso com a Vida”:
- Ter 50% de mulheres na alta liderança da empresa até 2030;
- Ter 30% de outros grupos pouco representados, como o de LGBTI+, em cargos de liderança daqui a nove anos;
- Promover a equidade salarial eliminando qualquer diferença de gênero até 2023.
Heineken
Anunciou investimentos de R$ 320 milhões no Estado de São Paulo com os seguintes objetivos:
- Uso de energias renováveis, como caldeiras de biomassa;
- Ter 30% de outros grupos pouco representados, como o de LGBTI+, em cargos de liderança Ganho de eficiência hídrica;daqui a nove anos;
- Iniciativas de circularidade relacionadas aos frascos de vidro, com investimento em pontos de entrega voluntários.
Dupont
Acionistas votaram a favor da divulgação de relatórios periódicos revelando o impacto do plástico produzido pela empresa e que vai parar na natureza, a fim de avaliar a efetividade de suas políticas de governança em relação a esse risco ambiental.
- O Código de Conduta da empresa inclui princípios para melhora do meio ambiente, saúde, segurança, equipamentos, processos e produtos em todo o seu ciclo de vida.
Amplie seus conhecimentos e estude ESG
O tema ESG é amplo e existe muito material de qualidade disponível. Livros, conteúdos eletrônicos, cursos, relatórios, seminários etc. É altamente recomendável estudar primeiro e pensar na adoção de práticas depois.
Outra dica é contratar uma empresa ou profissional que possa guiar a empresa pelo processo de implementação, de modo a garantir a adesão da liderança e promover a devida conscientização interna e externa. A adoção de práticas ESG pode transformar alguns processos, o que vai envolver uma mentalidade aberta para a inovação e para a construção coletiva.
A seguir, fizemos uma seleção de sites e materiais complementares que podem ajudar sua empresa a iniciar ou consolidar essa jornada.
Coalização de empresas, municípios e organizações da sociedade civil para a promoção de debates sore o tema.
Conteúdos sobre empresas brasileiras e suas experiências na adesão ao Pacto Global.
Diretrizes sobre como as empresas podem elaborar sua prestação de contas sobre ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável).
Acompanhe um resumo
A partir do que apresentamos, é possível criar um passo a passo para a criação de uma agenda ESG na sua organização. O principal é o seguinte:
- Conquiste o apoio de todas as lideranças, principalmente da direção. Criar uma agenda ESG demanda tempo e recursos;
- Divulgue a iniciativa para o público interno e consiga seu engajamento por meio de ações comunicacionais claras, objetivas e constantes;
- Faça uma opção metodológica e explique-a para todos os públicos envolvidos. Se vai cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), por exemplo, todos precisam saber que essa é a sua diretriz;
- Avalie os impactos positivos e negativos da sua organização e identifique o que precisa parar de ser feito, o que precisa mudar e o que deve passar a ser feito;
- Escolha quais ações quer fazer e foque em suas prioridades. As 17 ODS se desdobram em inúmeros aspectos e é preciso escolher aqueles que melhor dialogam com sua empresa e sua estratégia;
- Para cada prática ESG, estabeleça metas e tenha indicadores claros de atingimento e avaliação. Use seu ERP para fazer o acompanhamento;
- Faça transformações necessárias em processos e na cultura. Todos devem olhar na mesma direção;
- Divulgue suas metas para seus públicos estratégicos e assuma compromissos concretos, em especial com funcionários, fornecedores, imprensa e clientes;
- Envolva seus públicos estratégicos nas ações que você priorizar. Trabalhe coletivamente com eles e garanta que saibam o estágio em que sua empresa está.
- Faça relatórios constantes de suas conquistas relacionadas às práticas ESG.
Sobre Equidade salarial
O relatório de equidade salarial disponível no link abaixo foi produzido pelo Ministério do Trabalho e Emprego com base em informações do relatório do e-Social referente ao ano de 2022.
Por esse motivo, imprescindível considerar os seguintes aspectos ao fazer sua leitura:
– Os dados são referentes a dezembro de 2022, por isso, não representam o cenário atual da Sankhya e não servem como parâmetro para indicar números ou informações sobre aspectos de igualdade salarial definidos pela Lei 14.611/2023 e Decreto 11.514/2023;
– O agrupamento de cargos feitos pelo Ministério do Trabalho foi realizado de maneira muito ampla, reunindo e comparando em uma mesma categoria cargos de carreira de desenvolvimento de software com cargos de carreira de recursos humanos, por exemplo, não permitindo um agrupamento específico entre carreiras da mesma trilha para fins de comparação;
– Não foram observadas as premissas do art. 461 da CLT, que definem critérios objetivos para fins de comparação entre salários, considerando identidade de função, valor do serviço, localidade, diferença de tempo de serviço não superior a quatro anos e diferença de tempo na função não superior a dois anos. Em caso de dúvida, procure a equipe de Pessoas e Cultura da Sankhya através do e-mail: pessoasecultura@sankhya.com.br
Na Sankhya, sempre nos preocupamos com o impacto que causamos na comunidade, bem como em ter iniciativas proativas de contribuição. Além disso, falamos de governança na Sankhya há muitos anos. Vejo com bons olhos as empresas se movimentarem nesse sentido. Adotar uma agenda ESG tem contribuído para deixar mais clara nossa estratégia, para termos mais foco e direcionarmos nossa atuação. Hoje nosso foco principal é a educação, que é uma causa que acreditamos muito que tem o poder de mudar a realidade.
Mariá Menezes Boaventura
Diretora de Pessoas e Cultura - Sankhya
Fontes
A evolução do ESG no Brasil, produzido pelo Pacto Global Rede Brasil e Stilingue.
Who Cares Wins: connecting financial markets to a Changing World, produzido pelo Global Compact
SDG Compass: Diretrizes para a implementação dos ODS nas estratégias de negócios, produzido pelo Global Report Initiative (GRI), United Nations Global COmpact e WBSCD
Novo Valor: Sustentabilidade nas Empresas, produzido pela BM&F Bovespa
ESG e as empresas de capital aberto, produzido pela Grant Thornton, Fundação Dom Cabral e XP Investimentos